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LOCKDOWN É AMANHÃ, E AGORA SÃO LUÍS?

Lockdown é o termo usado pela OMS para se referir ao fechamento quase que total de uma região, como forma de barrar o crescimento vertiginoso de um vírus no período de pandemias. Amanhã terça-feira (05) terá inicio em São Luís do Maranhão o lockdown decretado pela justiça. Qual a possibilidade do Estado mais pobre da federação passar pelo fechamento total sem traumas? Nenhuma ou quase nenhuma, a grande São Luís é formada pela capital e as cidades do seu entorno, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, tais cidades pouco diferem no alto grau de descaso político que sofrem desde sempre. O elevado grau de pobreza, corroborado por indíces baixíssimos de saneamento básico, educação e uma saúde que permanece na UTI de sua existência a priscas eras, reafirmam a nossa trágica realidade. O Estado do Maranhão carrega consigo estigmas da tragédia brasileira comum a outras regiões do país, porém o seu suplício consegue ser pior, aqui a profundidade das mazelas sócio-políticas sempre foram uma marca vergonhosa em grande parte da nossa história. 

Como impor algo tão forte e paralisante por cima ainda de toda essa triste realidade. Desde o surgimento dos primeiros casos, tem sido assustador verificar a multiplicação do número de pessoas infectadas, quais foram os motivos de fato de um membro do judiciário maranhense tomar uma decisão tão drástica, algo ainda inédito em face dessa pandemia no âmbito nacional. A resposta dessa situação límite a qual estamos passando, se deve e passa em muito por políticas desastrosas em áreas como saúde, educação e desenvolvimento social. A grande maioria da população da capital, possui pouco ou quase nada para seu sustento em momentos como esses de escassez de recursos materiais e financeiros. Esse é sim o fator causador do aumento substancial dos casos. 

Ainda que a indicação do distanciamento social estivesse sendo preconizado a todos os ouvidos pela mídia e entes políticos, tal indicação pouco efeito tem a causar numa massa que se acostumou a sair nas ruas todos os dias em busca de seu sustento, seja em mercados, feiras, ruas, esquinas e/ou similares. Como pedir para um pai de familia que tira seu sustento da sua banca de artigos do centro da cidade, que fique em casa até segunda ordem? Estamos falando de pessoas que necessitam daquilo que apuram diariamente para viver. 

A situação límite que estamos vivendo com a pandemia do novo coronavírus, só escancarou a incapacidade de dois governos (municipal e estadual) de lidar desde o inicio com o cerne do problema em todo o Estado, o alto grau de pobreza da população do Maranhão. Iniciativas de alugar hospitais, correr na geração de novos leitos clínicos e de UTI´S, entrega de poucas cestas básicas nos bairros mais afetados, tudo isso, se mostra nesse momento sem nenhum efeito real.

Salta aos olhos a iniciativa de um juiz tomar a decisão de obrigar através de um decreto o fechamento quase que total das regiões metropolitanas de São Luís. Por qual motivo tal decisão não foi tomada pelo atual Governador do Estado? Motivos políticos eleitoreiros? Fica a pergunta no ar. A partir de amanhã quem de nós estará a par do que se come e bebe na casa dos mandatários do Maranhão? Por fim alguém que nos diga como será o lockdown na parte opulenta da capital, porque já sabemos muito bem como será na São Luís dos desassistidos. 

(*) Natanael Castro, editor.

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1 Comentários

Tenho acompanhado teus artigos: instigantes e inteligentes levam a uma reflexão e uma constatação óbvias: o Maranhão precisa urgentemente de uma mudança e uma transformação radical. Falo da coisa concreta e não dos discursos políticos que os nossos homens públicos cospem a cada eleição.