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NUMA VIAGEM DE ÔNIBUS

Já reparou quantos tipos esquisitos encontramos em uma simples viagem de coletivo pelo centro de nossa cidade? Um dos velhos conhecidos são os tais vendedores de balinhas. De repente, jogam em cima de você um tablete de chicletes, balinha ou qualquer guloseima do tipo e começam a rezar a tão conhecida ladainha: "- Senhoras e Senhores, eu poderia estar roubando, matando ou cheirando cola, mas estou aqui vendendo estas balinhas."

Como coisa que eu tenha lá alguma coisa haver com a vida pessoal ou profissional do sujeito. E se todo mundo que trabalha viesse com esse discurso? já imaginou o Pedreiro? "- Eu poderia estar bebendo, fumando ou batendo na minha mulher, mas estou aqui rebocando esta parede". Ou então o Padre: "- Senhores e senhoras, eu poderia estar roubando, matando ou bolinando o coroinha lá na sacristia, mas estou aqui rezando a missa".

Se bem que de uns tempos pra cá, a estratégia de marketing dos vendedores ambulantes de balas, mudou. Outro dia estava meio sonolento sentado na cadeira do ônibus, quando alguma coisa caiu em meu colo e ouvi um berro agudo no meu ouvido: 
- BAAAALIIIIIIINHAAAA!!!! 

Pois é, isso é que eu chamo de markerting agressivo.
Já ha aqueles que não falam nada, mas nos emocionam com aqueles bilhetinhos sobre um pai, um filho uma tia ou um vizinho doente-pela-hora-da-morte, ou ainda aqueles que vendem as famosas cartelinhas de Libras (linguagem de sinais para surdos-mudos). Se bem que outro dia perguntei todo cheio de sinais com as mãos para um suposto surdo-mudo que me vendia uma dessas cartelinhas no ônibus, quanto custava uma e ele me respondeu prontamente: "- É só dois reais, meu cumpádi, ta baratinho!"

Quanto aos ceguinhos, ah, estes são um caso à parte. Eles sempre merecem nossa atenção e consideração. Somente uma vez fiquei meio intrigado quando um engraçadinho fez uma brincadeira fingindo que colocava uma moeda no copinho que o cego balançava e tirou uma de dentro. 
O ceguinho então virou a cabeça pra ele e disse empurrando o copo em sua direção: "- Pode devolver, seu cabra safado!"

Pois é... Mas o caso mais estranho que eu já vi, foi quando um pastor de igreja entrou pregando com a bíblia na mão e depois começou a clamar no meio do ônibus:
"- Senhor! Que todos esses pecadores, cachaceiros, mulherengos, dados aos prazeres da carne, que não se arrependerem, queimem nos confins dos infernos!"
Nessa hora não tive dúvidas, levantei, puxei a cordinha e desci do ônibus.

(*) Jaime J. Júnior, é Designer Gráfico, Escritor.

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1 Comentários

Dyll Ribeiro disse…
Adorei o texto lkkk parabéns 👏👏👏👏