São Paulo foi a cidade por onde o coronavírus teve acesso ao território brasileiro. Desde então tornou-se o epicentro da pandemia no Brasil, por ser a maior e mais populosa cidade e fazer parte do maior estado do país. Desde então o Governador João Dória e o Prefeito Bruno Covas diariamente fazem coletivas informando a população sobre as medidas tomadas por um comitê de contigência criado logo após o inicio do crescimento dos casos.
Passado três meses a situação pouco mudou em relação ao crescimento dos casos na cidade e restante do estado, medidas de mitigação como quarentena, em alguns momentos paralização de transportes coletivos, e mais recentemente um rodizio por númeração entre placas ímpar e pares foi uma tentativa de aumentar as taxas de confinamento e reduzir o fluxo de pessoas rodando na cidade, em momento algum a cidade chegou a 70% de isolamento, a média se estebelece desde o inicio das medidas abaixo de 50%.
Tanto João Dória como Bruno Covas, sempre se mostraram a favor do isolamento social como única forma de reduzir o crescimento de novos contágios, posicionamento esse que sempre se mostrou antagônico a posição do Governo Federal. São Paulo tomou para sí o papel de liderança junto ao grupo de governadores e prefeitos que entraram com ação no STF, reinvidicando a responsabilidade referente as medidas de contenção do coronavírus em seus estados e prefeituras. Apesar da bandeira do isolamento social como única forma de mitigação dos casos, a realidade se mostra cada vez mais próxima do colapso, na capital os leitos de UTI estão bem próximos da taxa limite de ocupação, e no dia de ontem (17) o prefeito Bruno Covas declarou estar a cargo do Governo do Estado a decretação do lockdown.
É vísivel a perda de controle dos mandatários da capital e do estado em meio a urgência a que a pandemia do coronavírus exige de suas autoridades. Todo um discurso acirrado frente a batalha do coronavírus, começa a demonstrar fragilidade frente a pouca adesão da sociedade ao confinamento. A realidade de São Paulo, não é diferente de estados como o Maranhão, Ceará, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Amazonas e a maioria do território nacional. Por mais abastada que seja a maior capital do país, o grau de desigualdade social em seus límites e restante do país, torna qualquer forma de mitigação ineficaz, discursos exaltados, recheados de emoção pouco efeito tem numa massa de brasileiros que necessitam dia a dia lutar pelo pão de cada dia nas ruas do país.
(*) Natanael Castro, editor
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