Com
a queda do governo do PT e a ascensão de Bolsonaro, voltaram à tona dois termos
há muito tempo esquecidos pelos brasileiros. Esquecidos porque em terras
tupiniquins, o pragmatismo sempre foi predominante e os partidos – a exceção
dos ultra esquerdistas: PCB, PSTU e PCO,
- nunca levaram a sério a questão ideológica, fazendo sempre alianças por
conveniência, nunca por convicção. Pois bem, as duas expressões que voltaram
com força são: direita e esquerda, com predominância da primeira.
Como
a direita está em evidência, cabe-me nos uma indagação: O que é ser de direita?
No viés da ciência política, a direita sustenta uma posição específica que
aceita a hierarquia social ou desigualdade social como inevitável, natural,
normal ou desejável. Esta postura política geralmente justifica esta posição
com base no direito natural e na tradição.
De
forma simplista, hoje podemos afirmar que ser de direita é defender a família
tradicional, a liberdade de expressão, a livre iniciativa e o livre mercado, o
Estado mínimo, é ser contra o aborto, a ideologia de gênero, o feminismo e o
vilipêndio às coisas sagradas.
Durante
décadas no Brasil, a direita ficou renegada, desprezada e discriminada em
decorrência da influência do marxismo nos círculos universitários, que
influenciou toda uma geração que acreditava estar vivendo em uma ditadura, ao
mesmo tempo que acreditava que Cuba, Coreia do Norte e União Soviética eram
democracias.
Outro
motivo que também contribuiu para o ostracismo da direita, foi o pensamento
errôneo de que apenas a esquerda pensa a justiça social. A diferença é que a
esquerda sempre dar o peixe – de preferência cozido ou assado- a fim de manter
o indivíduo sob controle e a direita ensina o indivíduo a pescar para comer e
vender o excedente e ser livre.
Apesar
de ser um homem de direita, conservador e protestante de orientação calvinista,
membro comungante da Igreja Presbiteriana do Brasil, instituição que apoiou
abertamente o regime militar de 1964, eu tenho um olhar crítico para as duas
vertentes. A direita é melhor que a esquerda, mas tem os seus deslizes, até
porque como ideologia não pode ser perfeita, pois é fruto do pensamento humano
e tudo o que é humano não pode ser perfeito.
O
fato de eu ser de direita não me deixa cego para fazer críticas ao regime chileno
de Augusto Pinochet e nem esconder a
minha admiração pelo baixinho Deng Xiaoping que tirou a China de um atraso
provinciano para transformá-la numa potência mundial- no caso aqui, minha
admiração se limita às ações econômicas implementadas por ele, não estou
falando das ações de governo- pois toda ditadura merece repúdio, seja ela de
direita ou de esquerda.
Meu
sonho é que um dia as gerações futuras possam despertar para um verdadeiro
pensamento de direita, e que os esquerdistas de hoje possam abrir os olhos para
os males desta nefasta ideologia. Enquanto isso não acontecer, deve prevalecer
o respeito e a cordialidade entre os homens.
Hipólito Cruz,
contabilista, pedagogo, bacharel em teologia, geógrafo, pós-graduando em Metodologia
do ensino de História e Geografia e presidente em exercício do Partido Patriota
em Chapadinha-MA.
0 Comentários